
O mês de agosto é conhecido como Agosto Dourado, para incentivar a amamentação e destacar a sua importância para o desenvolvimento infantil. A cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno, que proporciona inúmeros benefícios tanto ao bebê, ajudando a evitar doenças graves, quanto à mãe, aumentando o vínculo afetivo entre eles. Neste ano, o tema da campanha é: “Possibilitando a amamentação: fazendo a diferença para mães e pais que trabalham”.
Para garantir a adequada alimentação dos recém-nascidos e bebês prematuros internados na maternidade do Hospital Municipal Rocha Faria (HMRF), em Campo Grande, a unidade conta com o Banco de Leite Maria Leonor Inocêncio Soares, que mensalmente arrecada uma média de 50 litros de leite humano. Esse resultado é possível graças às ações de conscientização e às parcerias com as clínicas da família da região.
A coordenadora de Enfermagem do Serviço de Neonatologia e Banco de Leite Humano do Rocha Faria, Denise Carvalho, explica como funciona a rede de doação. “Temos uma parceria com as clínicas da família da região que possuem postos de coleta de leite materno. Quinzenalmente, vamos a essas clínicas falar sobre aleitamento materno, prematuridade e da importância da rede de apoio. Com essa parceria, conseguimos manter pelo menos 30 doadoras por mês, que se somam às outras 31 que nos procuraram diretamente”.
Mas o trabalho não é apenas de conscientização. Há toda uma logística envolvida para manter o estoque sempre com leite. “A mãe que tem interesse em doar entra em contato com uma clínica da família ou diretamente com o Rocha Faria. Fazemos a coleta domiciliar duas vezes por semana. Entregamos um kit de doação, que inclui o frasco, e damos todas as orientações necessárias. Na semana seguinte, pegamos esse frasco com o leite, e deixamos um novo”, explica Denise.
Ao chegar ao banco, o leite é armazenado e posteriormente pasteurizado, quando é avaliada a sua qualidade. Estando dentro do padrão, após 48 horas, é liberado para alimentar os bebês internados na UTI neonatal. “O leite materno salva vidas, diminui risco de alergias e diarreia, melhora a sobrevida dos nossos bebês internados. As crianças amamentadas exclusivamente com leite materno até os seis meses têm uma incidência bem menor destas doenças”, diz Denise, que completa. “Os nutrientes do leite materno são superiores a de qualquer fórmula láctea. Com o banco de leite e o envolvimento das doadoras, conseguimos reduzir em até 90% o uso dessas fórmulas na nossa maternidade”.
Uma dessas doadoras é Izânia Calixto Barbosa, mãe de três filhas, a mais nova com apenas três meses. Moradora de Campo Grande e doadora desde 2021, ela não sabia o que fazer com o leite excedente que produzia, até conhecer o banco de leite do Rocha Faria quando nasceu sua segunda filha. “Eu produzia bastante leite e não sabia aonde doar. O trabalho do Rocha Faria é muito sério e nos facilita bastante, já que dão o kit completo e buscam o leite em casa. Como estamos com bebês ou crianças pequenas, ter que levar o leite até um local inviabiliza a doação para muitas mães. Mas o recado que deixo é: se você tem leite excedente, doe. Você estará levando vida para outras crianças e famílias, e fazendo a diferença”, conta ela, que agora amamenta sua terceira filha e continua sendo uma das doadores do banco de leite.
Os interessados em doar, tanto leite materno quanto frascos de vidro com tampas de plástico, devem ligar para o telefone 2088-4500 (ramal 5024) para obter mais informações.
Banco de Leite Maria Leonor Inocêncio Soares/HMRF
Funcionamento: segunda a domingo, das 7h às 19h.
Informações: 2088-4500 (ramal 5024)
Assista o vídeo sobre o trabalho feito pelo HMRF sobre doação de leite materno.
Jornalista: Rodrigo Pereira