
A Maternidade da Rocinha completou um ano de funcionamento no domingo (20/4) e tornou-se referência em partos humanizados, com mais de 70% deles realizados de forma natural. O número contrasta com a realidade nacional, já que no Brasil, aproximadamente 60% dos partos em 2024 foram cesarianas — índice bem acima dos 15% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As gestantes que buscam atendimento na unidade, localizada em São Conrado, encontram ali um diferencial: uma assistência humanizada, segura e respeitosa à individualidade de cada mulher.
Gerida pela RioSaúde, a maternidade é estratégica para uma região com mais de 72 mil habitantes, de acordo com o último censo do IBGE. A assistência vai além dos partos: já foram realizadas mais de 630 laqueaduras e 2.600 exames, incluindo testes rápidos de gravidez, hemogramas e cardiotocografias. A unidade também oferece serviço de cartório, garantindo a emissão da certidão de nascimento dos recém-nascidos no próprio local.
“Trabalhamos com empatia e acolhimento. Aqui, a paciente é a protagonista do seu parto e dos cuidados com o bebê. Oferecemos um cuidado humanizado, presente em toda a jornada da mulher na unidade. Esse é o nosso diferencial” — afirma Amanda Barreiros, diretora da maternidade.
A equipe é composta por 206 profissionais treinados nessa linha de cuidado — entre médicos, enfermeiros, assistentes sociais e nutricionistas — que atuam todos os dias da semana, 24 horas por dia. Em um ano, mais de 5.200 pessoas foram atendidas na unidade.
Segundo o presidente da RioSaúde, Roberto Rangel, a maternidade conta com uma sala PPP (pré-parto, parto e puerpério), sala de recuperação pós-anestésica, sala de observação clínica, quatro leitos obstétricos e um centro cirúrgico.
“A RioSaúde tem trabalhado em parceria com a Prefeitura do Rio e a Secretaria Municipal de Saúde para fortalecer as iniciativas na área da saúde pública e ampliar o acesso da população a um atendimento mais humanizado” — ressalta Rangel.

Para a dona de casa e moradora da Rocinha, Luene de Almeida, de 34 anos, a maternidade mudou a realidade das gestantes da comunidade. Ela deu à luz o pequeno Nathan no último dia 7 de abril:
“Essa maternidade foi um presente para nós. Cheguei andando até lá, fui atendida com muita tranquilidade pelas enfermeiras. Meu marido pôde ficar comigo o tempo todo. A sala de parto tem banheira, banqueta, música e uma iluminação que acalma. Peguei meu bebê no colo e o amamentei logo após o nascimento. Foi emocionante.”
Recentemente, a unidade deu mais um passo importante: está em vias de receber o selo da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), concedido pelo Ministério da Saúde aos hospitais que seguem os dez passos para o sucesso do aleitamento materno, conforme diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Jornalista: Juliana Romar