
Nesta quinta-feira (14), aconteceu, no auditório do Hospital Municipal Salgado Filho, reunião de prestação de contas das UPAs Engenho de Dentro e Del Castilho, em mais uma edição das ações de accountability promovidas pela RioSaúde. O encontro reuniu gestores, equipes assistenciais e representantes da Secretaria Municipal de Saúde, com foco na transparência, melhoria contínua e fortalecimento da gestão em saúde pública.
As unidades apresentaram dados operacionais, clínicos e econômicos, além de estratégias para aprimorar o atendimento de urgência e fortalecer a gestão em saúde pública. Entre os indicadores, o tempo médio de espera entre classificação e atendimento ficou em torno de 20 minutos, enquanto a permanência total dos pacientes, da classificação até a conclusão dos exames, girou em cerca de duas horas. O tempo médio de observação – nos casos em que há necessidade – variou entre dois e dois dias e meio, demonstrando eficiência na rotatividade de leitos.
UPA Engenho de Dentro: gestão ágil e foco em projetos de eficiência

Na UPA Engenho de Dentro, o gerente Celísio Werneck compartilhou os resultados operacionais e os avanços de gestão. A unidade registra entre 13 e 15 mil atendimentos mensais e dispõe de 19 leitos, considerando a sala amarela, vermelha, pediatria e isolamento. Os residentes médicos têm sido decisivos para manter um fluxo assistencial ágil.
Entre os projetos implementados, destaca-se o Lean nas Emergências, do Ministério da Saúde, que intensificou a orientação e a comunicação visual; ações para reduzir o desperdício, como ajuste no fornecimento de alimentação e controle no uso de roupas hospitalares; e uma mudança drástica na gestão de resíduos: o volume de lixo infectante caiu de 130 kg para 15 kg por dia, em conformidade com a norma RDC 222 da Anvisa, valorizando a sustentabilidade.
“Com muito trabalho de conscientização, conseguimos esta redução no volume de lixo infectante. Quando um projeto dá certo, a confiança aumenta. Hoje, as novas iniciativas chegam com mais aceitação”, avalia Wernek.

UPA Del Castilho: protocolos clínicos, qualificação e articulação em rede

Já a UPA Del Castilho mostrou iniciativas estratégicas com foco clínico. A gerente Paula Souza ressaltou a implantação de protocolos rápidos de infarto (IAM) com apoio do projeto TeleEletro do InCor (Instituto do Coração) de São Paulo e de sepse. A unidade também projeta sua participação no programa Angel, que visa à qualificação no atendimento ao AVC. “Atuamos em tempo recorde no atendimento de pacientes com precordialgia, iniciando protocolos de IAM já na porta de entrada. O mesmo ocorre com sepse: quando o quadro clínico é identificado precocemente, conseguimos iniciar o atendimento imediato, otimizando o tempo e salvando vidas.”
A equipe de Del Castilho trabalha de forma estruturada com safety huddles, rounds multidisciplinares e estratégias de integração com a atenção básica e outros níveis da rede de saúde. Projetos acadêmicos com residentes, bolsistas e estagiários reforçam o caráter formativo da unidade, enquanto a comunicação com o público foi ampliada por meio de redes sociais, quadro de avisos e fortalecimento das ouvidorias.
O coordenador médico, Rafael Serafim, destacou o perfil epidemiológico local: uma população demograficamente mais idosa e vulnerável, com maior predisposição a quadros respiratórios, infecções e doenças crônicas. Nessa realidade, a UPA atende com resolutividade. A permanência média dos pacientes em observação é de dois dias, graças à articulação com a regulação municipal e a facilitação da transferência para unidades de maior complexidade. A taxa de mortalidade registrada está associada ao perfil clínico agravado e à chegada tardia de pacientes muito idosos e com comorbidades avançadas. “Nosso processo garante um giro eficiente de leitos, principalmente na sala vermelha, onde estabilizamos os pacientes críticos e já iniciamos a regulação”.

Gestão técnica, humana e com foco na resolutividade
O encontro evidenciou estratégias e avanços operacionais e clínicos importantes, como:
- Capacidade técnica robusta nas duas UPAs, combinada com gestão participativa.
- Projetos orientados à eficiência, redução de custos e melhoria de fluxo.
- Atuação integrada com atenção primária e serviços em rede, garantindo resolutividade nas portas de entrada da urgência.
- Mecanismos eficientes de comunicação e escuta com a população, ampliando confiança e colaboração com o sistema.
A RioSaúde segue comprometida com uma gestão baseada em evidências, com foco em segurança, eficiência e acolhimento. Os resultados apresentados corroboram o papel das UPAs como elemento essencial da rede de urgência e emergência.
Jornalista: Erika Junger
Foto: Cícero Sydronio