O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, gerido pela RioSaúde, realizou na quinta-feira (17/) mais uma edição da reunião de accountability, reunindo gestores, equipes assistenciais e representantes da Secretaria Municipal de Saúde para a apresentação dos resultados do primeiro semestre de 2025. A iniciativa integra as ações da empresa com a transparência, a melhoria contínua e a escuta ativa das equipes, fortalecendo uma cultura de corresponsabilidade na saúde pública.
Com 410 leitos — sendo 245 de terapia intensiva — o Gazolla é referência no atendimento de alta complexidade e vem estruturando processos para qualificar ainda mais a assistência. Durante a reunião, foram apresentados indicadores como taxa de ocupação, giro de leito, número de cirurgias realizadas, além das 795 notificações compulsórias registradas no semestre, eventos adversos e outros parâmetros de qualidade e eficiência. Entre os agravos mais frequentes estão casos de COVID-19, Influenza, Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), intoxicação, violência interpessoal ou autoprovocada e tuberculose. Os dados serão utilizados para orientar planos de ação específicos para os próximos meses.
“Quando tornamos públicos os nossos dados e escutamos as equipes, estamos promovendo uma gestão mais ética, eficiente e centrada nas pessoas. O Gazolla tem um papel estratégico para o SUS carioca e, com base em dados concretos, conseguimos identificar gargalos, valorizar avanços e planejar mudanças que impactam diretamente na vida dos pacientes e profissionais”, afirmou o presidente da RioSaúde, Roberto Rangel.
Análise crítica e novos caminhos
Para o Coordenador-Geral de Emergência da Área Programática 3.3 da SMS, Sormane Mattos, o accountability é essencial não apenas para dar transparência aos dados, mas para transformar números em ações concretas de gestão. “A importância da prestação de contas está em nos permitir olhar criticamente para os dados, dar publicidade a essas informações e refletir sobre aquilo que podemos melhorar. Um dos avanços mais importantes deste semestre foi o fortalecimento do time da qualidade, diretamente ligado à direção. Também implementamos projetos focados na assistência, com revisão de protocolos, formação de times e capacitação das equipes, o que trouxe impacto direto na redução da mortalidade geral e na mortalidade em terapia intensiva”, destacou.
Entre os principais avanços, ele apontou a otimização do giro de leito e do Safety huddle, que permite analisar criticamente os problemas registrados nas últimas 24 horas. Além disso, o hospital implantou times voltados para áreas como CTI, cirurgia, clínica médica, paciente crítico, cadeia medicamentosa e desospitalização — com atuação estratégica na busca por resultados específicos.
Gestão participativa e resultados na ponta
Para o diretor médico, Rivelino Trindade, a complexidade do perfil dos pacientes atendidos exige uma gestão comprometida e próxima da realidade assistencial. “Temos uma direção muito participativa, que está presente diariamente nos safety huddles e nas rodadas clínicas, levando os indicadores até a ponta e ouvindo as propostas das equipes. Um dos grandes ganhos foi o fortalecimento do time de sepse, agora com maior envolvimento dos profissionais da assistência. Também tivemos avanços com os times de altas hospitalares, que passaram a trabalhar com previsibilidade de 24 a 48 horas, garantindo que esse paciente saia num tempo real de cuidado, seguro, e ao mesmo não alongue o tempo de permanência hospitalar”, explicou.
Olhar técnico, estratégico e com foco na qualidade
A assessora da Superintendência dos Hospitais Gerais da SUBHUE, Michelle Blandy, destacou o papel do accountability como marca da atual gestão e instrumento de fortalecimento da rede. “É uma oportunidade não só de mostrar o que fazemos, mas como fazemos. Isso nos permite corrigir fragilidades, qualificar entregas e tornar mais visível o trabalho que vem sendo realizado. Acredito muito na potência da nossa rede e na capacidade de apresentar com clareza e responsabilidade os resultados que estamos alcançando”, afirmou.
A coordenadora de Qualidade Estratégica da Secretaria Municipal de Saúde, Roberta Torquato, reforçou que o encontro vai além da prestação de contas — ele serve como espaço de escuta e articulação da rede. “O accountability traz um retrato do semestre e nos permite avaliar como as instituições estão caminhando nos processos de qualidade. Com isso, conseguimos não só refletir sobre melhorias dentro da unidade, mas pensar na atuação conjunta da Secretaria como apoio técnico. A transparência com que o Gazolla apresenta seus dados fortalece o trabalho em rede e abre oportunidades reais de qualificação da assistência”, concluiu.
Projetos em destaque
Além dos indicadores assistenciais, o Gazolla apresentou ações estratégicas que vêm sendo desenvolvidas na unidade, como a reformulação do safety huddle institucional e a participação no projeto “Saúde em Nossas Mãos” – uma parceria com o PROADI-SUS voltada à segurança do paciente.
A RioSaúde segue comprometida com uma gestão baseada em evidências, que valoriza a escuta, o trabalho em equipe e a excelência no cuidado à população.
Jornalista: Erika Junger
Foto: Cícero Sydronio
