
Uma iniciativa do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla é uma das finalistas do Laboratório de Inovação em Enfermagem: Valorizar e Fortalecer a Saúde Universal, promovido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil e pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) com o objetivo de mapear, sistematizar e divulgar experiências inovadoras produzidas pela enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares) no Sistema Único de Saúde (SUS). Dos 150 casos inscritos, 39 se classificaram para a segunda fase e 11 foram selecionados para a terceira e última etapa, dentre os quais o projeto do Gazolla: “Mandala de pronação: um projeto aplicativo para prevenção de lesão de pressão em pacientes em prona na pandemia de Covid-19”.
No dia 5 de abril, a Comissão Avaliadora da Opas/OMS e do Cofen esteve no hospital para realizar uma visita técnica e conhecer a experiência na prática. A representante da Associação Brasileira de Enfermagem e membro da comissão, Lenilma Bento, considerou a iniciativa inovadora e acredita que o trabalho pode ser aplicado em unidades de saúde de todo o Brasil, inclusive para além dos casos de Covid-19. Para a superintendente de Enfermagem do Gazolla e uma das autoras, Daniela Basílio, esse é um legado construído para além das dificuldades impostas pela pandemia. Ela considera que a equipe já é vencedora por chegar à etapa final e, principalmente, pelos resultados positivos junto aos pacientes.
Mandala de pronação no contexto da Covid-19
A posição prona é um método utilizado para melhorar a oxigenação do sangue em pacientes internados com lesão pulmonar aguda e síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Considerando o contexto de alta incidência dos casos de lesões por pressão em pacientes acometidos da forma grave da Covid-19, observou-se a necessidade de adaptar essa estratégia. Assim, a equipe de Enfermagem do Gazolla desenvolveu o projeto da mandala de pronação, que alterna a posição do paciente, de modo a prevenir esse tipo de complicação.
Entre os pacientes internados durante o período da pesquisa, observou-se que a incidência de lesão por pressão era de 7,68% e, 90 dias depois da implementação do projeto, esse número caiu para 2,15%.