Em meio à campanha do Outubro Rosa, que anualmente chama a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, histórias de resiliência e fé ganham um brilho especial. É o caso de Mariete Soares de Souza, moradora de Vila Isabel, de 68 anos, que transformou a luta contra o câncer em uma caminhada de otimismo inabalável e amor à vida.
Mariete, que sempre foi vigilante com a saúde e realizava mamografias regularmente, notou um nódulo durante o autoexame da mama durante o banho em setembro de 2024. O diagnóstico veio, mas a atitude de Mariete foi de enfrentamento imediato. “Você não pede para ficar doente, então temos que ter cabeça erguida para lutar contra ele, aí você vai viver. Cada dia é um dia,” afirma com convicção. Ela enfatiza a necessidade de desmistificar a doença “Este é um assunto que deve ser debatido. As pessoas têm receio de falar o nome da doença, mas ela tem nome. Eu vou ficar livre do câncer”, completa.
Após a primeira cirurgia em 6 de março de 2025, que removeu uma pequena parte da mama direita, Mariete passou por 12 sessões de quimioterapia. O tratamento, com rotina de exames de sangue, consulta e o procedimento em si, que pode variar de 40 minutos a 2 horas, foi concluído com sucesso. Ela recebeu a alta da quimio no último dia 17 de outubro. “No início não foi fácil, mas o que sempre me segurou foi minha fé. Eu não pertenço ao câncer. Ele veio, mas está indo embora. Eu vou viver! Eu terei a chance de continuar sendo feliz, eu amo a vida. Quero tomar minha cerveja e viver cada segundo,” completa, com a alegria de quem celebra cada momento.
Este mês, após o exame Pet scan para avaliar a resposta ao tratamento, Mariete aguarda a próxima etapa: a cirurgia para a retirada total do seio. Devido à necessidade de um intervalo de 30 dias após a quimioterapia, ela espera a marcação para dezembro, que será recebida como um verdadeiro “presente de Natal”.
A força de Mariete é acompanhada de sua profunda gratidão pela qualidade do atendimento no setor oncológico do Hospital Federal do Andaraí. A unidade, de médio porte, é considerada uma referência no tratamento e acolhimento dos pacientes. “O hospital é maravilhoso. Referência neste tratamento. Da faxina aos médicos, sempre nos atenderam com respeito e carinho pelo paciente. Sempre me senti acolhida. As pessoas precisam elogiar as coisas boas da rede pública,” elogia Mariete.
“A oncologia é isso, lidar com um momento extremamente delicado, não apenas na vida dos paciente, mas também de toda rede familiar que os cerca. O câncer impacta profundamente todos os envolvidos, e por isso, lutamos diariamente ao lado dos pacientes em busca de um desfecho positivo, mesmo sabendo que nem sempre alcançamos um resultado esperado. Nosso dever como profissionais que atuam na oncologia é oferecer um tratamento assertivo, em tempo oportuno, ético e de alta qualidade, acolhendo cada pessoa em sua totalidade e reconhecendo todas as complexidades que esse processo envolve”, explica a coordenadora de Enfermagem da Oncologia e Radioterapia do Hospital do Andaraí, Celine Campos Barreto.
Atualmente, o setor de oncologia conta com 700 pacientes ao mês realizando consultas e tratamento de quimioterapia. Um marco recente foi a inauguração, em maio de 2025, do novo acelerador linear em parceria entre a Prefeitura do Rio e o Ministério da Saúde. Sob gestão da RioSaúde, o equipamento, fundamental e moderno, permitiu ao Hospital do Andaraí passar a ofertar radioterapia, um avanço histórico para a unidade. Em 2024, o hospital já havia realizado mais de 9 mil consultas oncológicas, com um volume de atendimento comparável ao do Instituto Nacional de Câncer (Inca).













