Pacientes com limitações funcionais, como dores crônicas, fraturas e paralisias, estão encontrando uma nova esperança para recuperar a autonomia em um espaço inovador. No Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, a Terapia Ocupacional , área da saúde que utiliza atividades e ocupações para reabilitação, criou um “apartamento funcional” que simula uma casa real, permitindo que os pacientes reaprendam tarefas do cotidiano e ganhem independência.
O espaço foi completamente adaptado e recria uma cozinha, um quarto e uma área de serviço. O objetivo é que os pacientes possam treinar, em um ambiente seguro e controlado, a maneira correta de realizar atividades diárias.
“O apartamento é um recurso essencial na restauração da capacidade funcional, ajudando a restaurar a independência e a melhorar a qualidade de vida. Chamamos de “sala de atividade de vida diária”, em que o treino das atividades, juntamente com a confecção de adaptações se transformam em soluções que podem ser reproduzidas na residência do paciente”, explica o terapeuta ocupacional do espaço, Miguel Guiterio.”
Uma das pacientes que se beneficia do tratamento é Marilene Ferreira dos Santos, 61 anos. Moradora de Rocha Miranda, ela foi diagnosticada em janeiro deste ano com esclerose múltipla, uma doença neurológica crônica. Em atendimento há dois meses, uma vez por semana comparece ao hospital para realizar os exercícios. Na cozinha do apartamento, ela pratica atividades como cortar alimentos, preparar comida, servir e encher formas de gelo, o que contribui para o treino de equilíbrio, coordenação motora, autonomia e independência.
Ela mora com sua filha Iara dos Santos Silva Gomes, 39 anos, “Ela reproduz aqui o que faz em casa, sempre se movimentando e sendo bem ativa,” conta Iara, que foi encaminhada para a Terapia Ocupacional pelo serviço social do Hospital Pedro Ernesto.
O local funciona três vezes por semana e atende cerca de 100 pessoas por mês, com 30 pacientes semanais. Os atendimentos são agendados via Sistema de Regulação (SISREG) ou por encaminhamentos internos feitos pela equipe multidisciplinar, composta por fisioterapeutas, fonoaudiólogos e assistentes sociais.












