
No ambiente de unidades de urgência, onde o atendimento ágil e o cuidado se unem para salvar vidas, algumas histórias se destacam por sua singularidade. No dia dos pais, a RioSaúde celebra as relações de pessoas que, além de compartilharem a mesma missão, dividem os laços de família e a rotina do trabalho. São pais e filhos que se tornaram colegas de profissão, aprendendo e se apoiando em cada plantão.
O legado do maqueiro: a dupla da UPA Sepetiba
Na UPA Sepetiba, Bruno da Silva Gonçalves, de 34 anos, e seu pai, Elizeu Gonçalves, de 62, compartilham a nobre função de maqueiros. Elizeu, com mais de dois anos de experiência, serve de inspiração e guia para Bruno, que começou há apenas um mês. Apesar de terem sido chamados por editais diferentes da RioSaúde, o destino os uniu na mesma unidade, fortalecendo a relação que já era de apoio contínuo.
Bruno descreve a experiência como única, destacando a rotina intensa e o compromisso com a vida que ambos compartilham. “A gente compartilha a mesma rotina intensa, os desafios diários do pronto atendimento e o compromisso com vidas que dependem da gente”, relata. Ele ressalta que o respeito profissional prevalece, mas a convivência fortalece tanto o vínculo familiar quanto a missão que os une. “Ele é um pai excelente e nossa relação é de apoio contínuo. Sobre a profissão, ele sempre me orienta como melhor proceder em cada situação. Como uma experiência de mais de 10 anos, ele está sempre atento aos detalhes”, explica.
De geração em geração: a parceria de pai e filha nos plantões
Na mesma UPA, pai e filha são unidos não apenas pelo laço familiar. Ambos médicos, Elias Josué Ramos Filho, de 68 anos, e a filha, Juliana Pereira Ramos, de 32 anos dividem o mesmo consultório.
A história de Elias, gaúcho de Santa Maria e primeiro médico da família, é um exemplo de dedicação e incentivo familiar. Filho de mãe costureira e pai balconista de uma loja de material de construção, estudou até passar para uma universidade federal. Já no Rio, se especializou em cirurgia geral e torácica.
Juliana, que se formou na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), desde a infância encontrou no pai uma inspiração. “Sempre quis fazer medicina. Nunca me vi fazendo outro curso. Trabalhar lado a lado na mesma UPA, ir e voltar juntos em todos os plantões, é um sonho realizado e uma oportunidade de aprendizado constante. Me sinto uma eterna aluna ao lado dele”, diz a médica, que faz questão de acompanhar os atendimentos mais complexos que o pai realiza, para enriquecer sua experiência.
Além de trabalharem na UPA Sepetiba, eles moram no mesmo bairro. Há duas semanas, a família passou por um susto. Elias infartou e quem realizou o primeiro atendimento foi a filha, que rapidamente o encaminhou para a UPA onde trabalham.
“Já é um orgulho quando alguém fala que você foi inspiração para ela, mas quando uma filha fala que você foi inspiração pra ela ser médica, é muito mais grandioso. É o reconhecimento de uma filha por todo o esforço e dedicação que tive com ela. E o melhor é ela trabalhar comigo. E saber que essa filha foi quem te ajudou no momento de um infarto. Não tem como descrever isso”, celebra Elias.
Texto: Marcelle Corrêa