RioSaúde celebra Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ fazendo a diferença

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Publicado em 27/06/2025 - 17:05  |  Atualizado em 30/06/2025 - 16:17
Ana Flávia celebra o ambiente de trabalho respeitoso que encontrou ao chegar na RioSaúde. “Aqui sou respeitada como qualquer pessoa, como qualquer mulher" (foto: Paulo Torres/RioSaúde)

A história de Ana Flávia, maqueira trans recentemente contratada pela RioSaúde, é um dos destaques entre nossos profissionais para o Mês do Orgulho LGBTQIA+. Com 35 anos, Ana Flávia compartilha sua trajetória de vida e os desafios superados até alcançar um ambiente de trabalho onde é plenamente respeitada, segundo ela própria.

Uma infância de responsabilidades e desafios familiares

Ana Flávia, a mais velha de cinco irmãos, teve uma infância marcada por responsabilidades. A disciplina era rígida, influenciada pela criação militar de seu pai. Aos 14 anos, sua família enfrentou um período conturbado com o uso de drogas pelos pais, o que a fez assumir ainda mais o papel de cuidadora dos irmãos. “Fiz meu papel de cuidar dos meus irmãos e deixar eles encaminhados e bem”, afirma Ana Flávia, ressaltando que, apesar das dificuldades, valeu a pena ver seus irmãos se tornarem “pessoas de bem”. Desde cedo, seu objetivo era trabalhar e conquistar sua independência.

A jornada da transição e os obstáculos no mercado de trabalho

Desde muito jovem, Ana Flávia se sentia diferente e se via como menina, mas o contexto social da época, cerca de 15 anos atrás, impedia que ela explorasse e entendesse sua identidade. “O mundo era bem diferente, então o assunto e o entendimento sobre nós não existia, o que tinha era o preconceito e a agressão”, relembra. Aos 17 anos, começou a compreender sua identidade, que na época era frequentemente associada ao termo “travesti”, com uma conotação negativa. Foi então que iniciou a terapia hormonal para alinhar sua aparência, voz e corpo à sua identidade feminina.

A transição, no entanto, trouxe grandes barreiras no mercado de trabalho. Enquanto seu corpo mudava, Ana Flávia era obrigada a se esconder. “Quando ia a entrevistas de emprego, me vestia com roupa masculina porque as empresas na época não entendiam”, relata. A humilhação era constante. “Eu chegava na porta da empresa e via os profissionais rindo, os candidatos também. Era muito constrangedor”.

A discriminação a forçou a interromper a terapia hormonal e a viver sob um “personagem menino” para conseguir empregos, utilizando seu nome de registro em vez do social. Sua primeira experiência como maqueira a fez esconder sua verdadeira identidade, usando apenas uma maquiagem discreta.

A acolhida na RioSaúde: um novo capítulo de respeito

A virada em sua vida profissional veio com o edital da RioSaúde. Desempregada e em meio ao processo de retificação de seus documentos, ela foi chamada para a vaga de maqueira. Na RioSaúde, a experiência foi completamente diferente. “Quando expliquei minha situação, ainda com o nome antigo, fui muito bem acolhida, me deram uma oportunidade, isso sim é inclusão”, conta com gratidão.

Hoje, Ana Flávia celebra o ambiente de trabalho respeitoso. “Consigo estar em um ambiente de trabalho e ser respeitada como qualquer pessoa, como qualquer mulher”, afirma. Ela destaca a importância de ser chamada pelo seu nome social, Ana Flávia, e a ausência de “abusos, piadinhas, brincadeiras e coisas para te conotar ao sexo masculino”.

Segundo ela, esse acolhimento é fundamental, já que antes a sociedade via a comunidade trans estigmatizada como “drogada e marginal”, sem que seu valor, comprometimento e dedicação fossem reconhecidos. Para Ana Flávia, sua transexualidade é uma questão pessoal que não define sua capacidade profissional. “A pessoa deve ser respeitada como ela quer na prestação de serviço na qual ela foi selecionada”, conclui.


Jornalista: Marcelle Corrêa

 

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